29.9.12

Sem vir e sem ir


Julguei que em ti havia um espaço para mim. Inspirei-te e em mim deixei-te entrar. Por ti fui e a mim te dei. Julgamento mal feito, abri mãos de mim a quem nunca me abriu um dedo e a quem me transparece que se o meu punho se fechasse era indiferente. No oculto de ti, és-me então infiel. Deixas-me com saudades do que nunca tive, partes sem vir e sem ir.
Deixa-me ver-me, deixa-me privar-me de ti, deixa-me leve. Pena sou, pálida, suave, frágil, estou entregue ao vento.
Cai do sonho e regressei ao mundo, contínuo com esperanças.