5.5.12

Voltei?


Meus queridos Leitores, não sei se já estou pronta para voltar, para regressar ... mas o prometido é devido, ficam aqui então a saber um dos motivos pelo qual me ausentei, ficam então com um cheirinho do conto que andei a preparar para o concurso literário :


2012
Como o tempo passou, o tempo tão momentaneamente se apressurou que nem lhe deixou admirar em suas linhas todo o espacejo que tinha a dizer-lhe.
Agora, tempo, ajuda-a, ajuda-a a expedir esse dizer de uma outra forma, como se ela estivesse a procura-lo na sedosa trajetória do teu corpo, e suplica-lhe para que não tenha medo, não tenha medo de evidenciar, não tenha pavor, a sua alma acabará por derrubar o que tu silenciosamente colocaste nos recantos dos seus ouvidos. Salienta a contundência, sem temor que ela se infiltre nos poros da sua aprimorada pele, esboroando o seu coração, desabotoando a sua alma, e por fim, estas a ver aquela luz, lá nos seus olhos? Funde-a, iluminando-a.

1991
Lá, outrora na luz que ainda se irradiava nas silagens do tempo, ainda era permitido aos seus cabelos esvoaçarem pela sua maré, aos seus olhos cruzarem-se com as almas perdidas, satisfazendo-as, as suas aveludadas mãos quebrarem os corações partidos, seduzindo-os de compaixão e as palavras que saiam da sua boca, saírem de uma forma melodiosa. Ela tinha o nome de Anita, era a única pessoa que de dia nunca ficava a dever à noite, e de noite nunca ficava a dever ao dia.

 (continua)