Meus queridos Leitores, não sei se já estou pronta para voltar, para regressar ... mas o prometido é devido, ficam aqui então a saber um dos motivos pelo qual me ausentei, ficam então com um cheirinho do conto que andei a preparar para o concurso literário :
2012
Como o tempo
passou, o tempo tão momentaneamente se apressurou que nem lhe deixou admirar em
suas linhas todo o espacejo que tinha a dizer-lhe.
Agora, tempo,
ajuda-a, ajuda-a a expedir esse dizer de uma outra forma, como se ela estivesse
a procura-lo na sedosa trajetória do teu corpo, e suplica-lhe para que não
tenha medo, não tenha medo de evidenciar, não tenha pavor, a sua alma acabará
por derrubar o que tu silenciosamente colocaste nos recantos dos seus ouvidos.
Salienta a contundência, sem temor que ela se infiltre nos poros da sua
aprimorada pele, esboroando o seu coração, desabotoando a sua alma, e por fim,
estas a ver aquela luz, lá nos seus olhos? Funde-a, iluminando-a.
1991
Lá, outrora na luz que ainda se
irradiava nas silagens do tempo, ainda era permitido aos seus cabelos
esvoaçarem pela sua maré, aos seus olhos cruzarem-se com as almas perdidas,
satisfazendo-as, as suas aveludadas mãos quebrarem os corações partidos,
seduzindo-os de compaixão e as palavras que saiam da sua boca, saírem de uma
forma melodiosa. Ela tinha o nome de Anita, era a única pessoa que de dia
nunca ficava a dever à noite, e de noite nunca ficava a dever ao dia.
(continua)