Aqui e agora, isto que te vou contar é aqui e agora, amanhã
já aqui não estarei, não aqui, não contigo. Ou estarei?
O teu rosto é como uma clareira, sinto-te por entre os meus
dedos como raízes por entre a terra, por isso, sinto que existes, mas por onde andas?
Sei que te toco, que te sinto, mas porque está tão escuro? O meu olhar não
existe por aqui. Sei, sei ainda que tens sal na pele, sal do mar, beijei o teu ombro
e senti o Sol que a iluminou pela tarde enquanto nadavas, mas não te
vejo, nada vejo. Sinto só.
Será? Será que posso viver assim? Por entre sentimentos que
não se pensam porque não se vêm, eles existem, mas não por entre certezas,
essas nunca existiram. Por entre instantes momentâneos que podem acabar amanhã,
agora ou nunca, existem ai, portanto, não existem. É preciso que te veja para que te sinta?
Júpiter