Hoje, pela manhã benevolente,
que me enfatizava o espirito com os episódios do passado, acordei e apeteceu-me
cheirar a luz do dia. Abri a janela e não consegui inalar o seu cheiro,
senti-me então fraca e sem uma peça no puzzle do meu coração. Mas no seu
entretanto, depois de olhar novamente as memórias da minha alma, alma esta que
plana no mundo dos espinhos de ponta redonda e das espigas coloradas com pó de
arroz cada vez que as vê cegamente, apercebi-me que a meu lado tenho a luz. E
não preciso de ir a janela cheirar e tentar aproximar o meu ser de outras que contraponham
a mágoa ao sorriso dialeto, aquela luz eternizará no meu coração, abafando-o de
compaixão, sendo esta tão vultuosa que me envolva num lapise no companheirismo
dos seus braços.
Após colocar os pés na rua e
andando por esta de cabeça curvada, reparei que uma das ruas por onde passava o
chão se cobria de rosas. Estas estavam caídas como se o tempo as perde-se e o
sol as queima-se, deixando-as inexistentes ao som do vento, que por mim ainda
se extrapassava, mas por elas passava-lhes ao lado, como se noutros tempos a
alma lhes tivesse sido roubada.
Olhei-as comovida, porque
apesar de todo o sofrimento que outrora passaram, havia duas, duas que a
atenção do meu olhar despertaram. Estas, entrelaçadas entre si, não deixavam
que o vento que as quebrou e as penetrou no caminho da dor as desunisse. Eu
sabia que elas estavam extintas e desatualizadas do rumo do mundo, mas senti um
apego por elas, a sua cegueira era de vida mas não parecia de alma, pois mesmo
depois de os pés da badalada diária se terem sobreposto sobre estas, elas ainda
tinham cor, e as outras, as outras eram apenas uma mancha basa no chão. Foi
então que uma lágrima me chegou a cada um dos olhos, pois em tua memória eu
digo: tu és a luz, e a nossa amizade, a nossa amizade é a cor refletida nas rosas, amizade esta que se encontrará viva depois de os nossos corpos se perderem e envelhecerem no desfolhar
do tempo, depois de a alma se desprender do fio que a liga ao mundo.