19.11.11

O meu orgulho, eternamente

Hoje tenciono deixar-te um pequeno grande bilhete no lugar mais seguro do mundo, no coração da tua alma, sei que tu, o iras ler, com todo o amor.
Lembraste quando eu agarrava em tua mão e fazia-te correr comigo até ao infinito, traçando fronteiras, quebrando lágrimas, ouvindo gargalhadas, fazendo tremer o chão, parando carros, ouvindo a voz doce que sempre nós protegia, acudindo-nos, fazendo com que eu, tu, ele, e a voz doce fossemos um só? 
Certamente que te lembras.
Mas lembraste ainda quando atrás das saias e das calças da voz doce me escondia de ti não querendo te sentir, te ouvir, te olhar, naquele momento. Lembraste de quando te obrigava a ser a criança e eu o adulto, mandando, sendo eu, a criatura indefesa, a criança...mas tu permitias-me. 
Sim, queria entrar outra vez naqueles dias em que lá o puro era real. Eu era uma criança e tu, bem, tu eras alguém que positivamente nunca consegui definir, e para mim, ao longo do tempo assim sempre o seria, e aprenderia a dar valor a isso consoante o meu crescimento, mas, o tempo fez com que tudo se apressa-se e eu desse o valor quando menos esperava. 
Hoje quando olho em meu redor e proclamasse a diferença pelos meus olhos arregalados, sinto saudades, saudades daquilo que nunca pude ter realmente, ninguém tem culpa, eu sei, talvez tenha eu por estar a ser um pouco estranha, mas, pelo menos não te escondo que preciso de ti, preciso de ti e pronto. 
Sorrio perante tal diferença que os meus olhos tendem a ver, porque dessa diferença revejo uma felicidade incondicional, uma felicidade que desejava adquirir, uma felicidade que nunca vou ter, mas, por outro lado, penso e repenso quando chego a casa e sujo os tapetes todos de terra retirando-os e deitando-me virada para o tento, e, sei que posso não ter essa felicidade, mas posso-a ver e apreciar, e tenho uma felicidade muito maior, que eu sinto, e essas pessoas que têm essa felicidade que eu vejo, não sentem nem apreciam a que eu tenho. 
Bem, o bilhete está a ter tendência para se tornar assustada mente grande, portanto, meu, vou parar por aqui, porque nem mil palavras um dia explicarão o que me vai no coração. 
Ainda me custa falar de ti, mas assusta mente, vejo que tenho aprendido a lidar com isto e de certa forma, aprendi que se aprende com tudo que a vida nós da, e hoje não devo só o meu presente só a pessoa da voz doce, que luta para que o presente seja bom para mim e ele, mas também, e também, a ti, quem nunca nós ira deixar, que nunca nós deixou. 
Sei que te tenho do meu lado, não da mesma forma que todo o mundo, mas da forma que nunca ninguém vai entender, da forma que só eu entendo, que só eu sinto, que só eu tenho.
Eu permiti que tu voasses, mas não permiti que da minha vida fosses embora, sem me prometer, que dela continuarias a fazer parte. 
Sabes? Sou "aquela" pessoa forte, mas aprendi a sê-lo contigo.