13.9.11

Uma realidade minha

Ontem estava eu a ler um livro quando de repente dou por mim a pensar no que já passou, no passado sinistro e ao mesmo tempo doce. Acabo de ler o livro, rio para o nada, cruzo as pernas em cima da cama e dou por mim a levantar a cabeça e a sentir lágrimas nos olhos, sinto que a qualquer momento me vão saltar dos olhos, a qualquer momento não vão permanecer ali, quietas, frias e serenas dentro de dois olhos verdes e enormes. Acabo por inclinar um pouco o rosto e soprar perante o meu rosto já descolorido e para me acalmar vou ver a mensagem que o meu telemóvel me obriga a ver com aquele toque irritante. 
Fiz mal, errei, a mensagem fez com que as minhas lágrimas gritassem e quebrassem a barreira que nelas inseri, fazendo com que o meu rosto ficasse todo ele cheio de lágrimas e sinceramente, mesmo assim, ainda sorria perante aquele nada que as vezes me fazia arrepiar.
A mensagem trazia um texto, um enorme texto que uma rapariga escreveu detalhado para outra e pedira a minha opinião, mas aquele texto tão detalhado e cheio de amizade desde a infância fez com que eu me sentisse mais pequenina e inexistente. É verdade, a cada dia que passa sinto mais este aperto no coração, sinto mais está dor que nada deixa que ela se acalme, a cada dia que passa sinto mais saudades, sinto medos, medos que algum dia me possam esquecer pela distancia que se ira travar entre nós, e talvez seja só da minha cabeça, sim eu sei que é só da minha cabeça, mas sinto. Muitas, mesmo muitas, amizades ao longo do tempo criei, e muitas mais irei criar, e não me arrependo de nenhuma, mas hoje que vejo que não irei passar todos os dias com algumas delas, muitas delas amizades de anos, e outras que até não são de anos, mas não conto pelo tempo conto pelo que travamos juntos, pela amizade que hoje não consigo deixar impune, e sinto, sem querer sentir, sinto medos, algo sinceramente estúpido, porque tenho muitas amizades de longa data ou mesmo amizades que criei e se tornaram muito, e não passam todos os dias comigo e nunca me deixaram, nem nunca me deixaram, porque será que tenho estes medos?
A minha vida é cheia de idas e voltas, será sempre cheia de aventuras, e poderei mal estar presente em tudo, porque lutarei sempre pelo que serei, e este sentimento talvez seja normal, mas deixo aqui a confirmação que a distancia ou alguma coisa idêntica, nunca acaba com o que é verdadeiro, pelo menos da minha parte, nunca na vida.
Acabo por apertas as minhas mãos uma na outra e contemplo o vazio que me arrepia cada vez mais, mas olho seria e sem pestanejar perante ele e passado um pouco desvio o olhar e com toda a força desaperto as mãos e limpo as lágrimas do rosto ficando com as mãos encharcadas e com o rosto vermelho porque parecia alguém ferros a arrancar lágrimas dos olhos e não a tira-las cuidadosamente. Logo de seguida, limpo as mãos ao lençol respondo a mensagem com os dedos a tremer "Amei." .
Vou sentir saudades, muitas saudades, e talvez seja saudades de não poder voltar a viver tudo o que com vocês vivi, mas tenho a certeza que viverei muito mais. Porque o que é verdadeiro, permanece eternamente.